quarta-feira, janeiro 31, 2007

PLEBISCITO

EM NOME DE DEUS, O CLEMENTE, O MISERICORDIOSO

De tempos a tempos, a clique que nos desgoverna apela a que votemos em causas.
Oito (8) anos depois de Marcelo, foi mais uma vez escolhido o aborto ou, como se declina em dialecto politicamente correcto, a interrupção voluntária da gravidez.
Ora o aborto é uma questão-limite que não se promulga nem se revoga, uma chaga existencial imune ao bom-senso legislativo e refractária ao consenso social.
Melhor teria sido, perante o positivismo decretino das nossas honoráveis magistraturas judiciárias, legislar sem subterfúgios a despenalização total das mulheres que o fazem, em vez de distrair a plebe recorrendo a mais um exercício fútil da soi disant democracia participativa...
Decidir não é adiar nem diluir, é resolver.
Por isso, irei praticar a abstenção no próximo dia 11 de Fevereiro, ciente de que o meu voto não interessa aos patrícios da nossa república-das-bananas.

Castelo de Almourol, 31 de Janeiro de 2007 a.D.